Ao ver esta imagem fez-me lembrar uma ida a um lar de terceira idade, há alguns anos atrás… Ia acompanhada de um grupo de jovens entre os 13 e os 15 anos. O intuito era o de sensibilizá-los para uma realidade triste e cruel. O abandono da terceira idade…
Entramos numa sala apelidada de “Sala de Convívio”. Foi desolador ver aquelas pessoas ali sentadas a olhar para as pontas dos pés durante um dia inteiro… sem um carinho, uma palavra, sem um motivo para olhar em frente… e chamavam-lhe eles “Sala de Convívio”! Mas convívio com quem? Tive a sensação de estar a entrar num armazém de marionetes onde imperava o silêncio e os rostos tristes daqueles que um dia tiveram a nossa idade, a nossa vitalidade, o nosso sorriso, a nossa alegria…e ali passavam o dia à espera que alguém, para eles um estranho, os levasse a tomar as refeições e os medicamentos até a hora de ir dormir para no dia seguinte viverem a mesma rotina.
Procurei que o grupo que estava comigo interagisse com os “velhinhos”, que conversassem com eles, que lhes dessem atenção, um gesto caloroso… E assim foi! A princípio estavam hesitantes. A primeira dificuldade surgiu quando começaram por escolher com qual velhinho iria cada um conversar. Escolher… Tendo prioridade os que pareciam ser mais simpáticos e alegres em detrimento dos que aparentavam sentir dor.
Entramos numa sala apelidada de “Sala de Convívio”. Foi desolador ver aquelas pessoas ali sentadas a olhar para as pontas dos pés durante um dia inteiro… sem um carinho, uma palavra, sem um motivo para olhar em frente… e chamavam-lhe eles “Sala de Convívio”! Mas convívio com quem? Tive a sensação de estar a entrar num armazém de marionetes onde imperava o silêncio e os rostos tristes daqueles que um dia tiveram a nossa idade, a nossa vitalidade, o nosso sorriso, a nossa alegria…e ali passavam o dia à espera que alguém, para eles um estranho, os levasse a tomar as refeições e os medicamentos até a hora de ir dormir para no dia seguinte viverem a mesma rotina.
Procurei que o grupo que estava comigo interagisse com os “velhinhos”, que conversassem com eles, que lhes dessem atenção, um gesto caloroso… E assim foi! A princípio estavam hesitantes. A primeira dificuldade surgiu quando começaram por escolher com qual velhinho iria cada um conversar. Escolher… Tendo prioridade os que pareciam ser mais simpáticos e alegres em detrimento dos que aparentavam sentir dor.
Aqui entendi que até para sermos “caridosos” escolhemos o que mais nos convém, o que nos dá mais prazer e menos trabalho! Então, empreendi esforços para que os mais tristes também tivessem a oportunidade de se darem a conhecer, de partilhar a sua história connosco.
Todos falavam mais ou menos do mesmo modo… os filhos não tinham possibilidade de “tomar conta” deles o que eles compreendiam pois tinham as suas vidas, muito ocupadas, muito stressantes, sem tempo para nada…nem para uma visita ao lar de vez em quando… Mas eles compreendiam! E é aqui que eu acho fabuloso! Apesar de morrerem aos poucos fechados na dor e em silêncio, eles entendiam o abandono dos próprios filhos!
Pois eu NÃO entendo!!! Como pode um filho continuar a viver ignorando que tem pais? Como pode esquecer aqueles que lhes deram amor, que contribuíram para que a vida tivesse os contornos que a vida de cada um tem?
De facto saí com a sensação de ter visitado um depósito de seres humanos à espera de morrer na solidão.
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