quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

AS NOSSAS QUERIDAS PROFESSORAS

Não posso deixar de vir aqui publicamente expressar a minha profunda indignação pelo ataque que está a ser infligido às nossas queridas professoras, no sentido de as obrigar a cumprir o horário de trabalho. Trata-se de enorme violência para as próprias, para os alunos, suas famílias e população em geral.

Sim, porque não são só as professoras que sofrem com esta despudorada medida, que lhes coarcta o legítimo direito a dar umas voltinhas pelo shopping para espairecer de terem de aturar a cambada de energúmenos que se sentam nas carteiras das salas de aula e lhes limitam fortemente a possibilidade de desenvolver acções de formação permanente mediante o visionamento na televisão de vários programas instrutivos e outros que espelham bem o sentir da sociedade em que nos inserimos, como é o caso das telenovelas e dos concursos onde os docentes iam actualizando os seus conhecimentos.

Aos alunos a medida também não agrada, já que o grau de irritação dos professores tende a aumentar exponencialmente, diminuindo o nível de tolerância às graçolas e aumentando a repressão que sobre eles se abate. A população em geral tem também vindo a sofrer as consequências, já que não há família em Portugal que não tenha no seu seio uma prima ou uma tia pertencente à prestimosa classe docente que lhes seringa constantemente os ouvidos com a injustiça que sobre eles recaiu.

Toda a gente sabe que a grande motivação para passar uma vida a aturar miúdos malcriados era a possibilidade de ter umas férias decentes e de não gastar mais do que meio dia nas aulas ficando com o resto do tempo por conta. Se querem agora obrigar os desgraçados a picar o ponto de sol a sol lá se vai o interesse da função.

Uma das grandes preocupações das professoras em relação a este novo regime que as obriga a ficarem na escola para além das aulas é não saberem muito bem como é que poderão ocupar aquelas horas, já que, como é óbvio, ninguém está interessado em usá-las a trabalhar, quanto mais não seja por pirraça e para chatear o ministério.

Para minorar a sua dor, posso dar aqui algumas sugestões para o melhor uso do tempo disponível. A actividade mais apropriada é a de curtirem com outros professores do sexo oposto, que também andam por ali sem saber o que fazer. As escolas são em geral pródigas em recantos escuros e salas vazias que propiciam o desenvolvimento da prática. O único óbice resulta do reduzido número de homens, pelo que a coisa só pode ser feita em regime rotativo ou fica reservada só para as mais dotadas, com exclusão dos camafeus e das que esgotaram o prazo de validade.

Uma outra actividade a que se podem dedicar é ao jogo da lerpa. Para além de ser de fácil aprendizagem, propicia um grau de excitação próximo da sugestão anterior com a vantagem de o sexo dos jogadores ser irrelevante. Para os que não são capazes de uma coisa nem de outra posso alvitrar umas sessões de espiritismo com uma roda de professoras efectivas à volta de uma mesa pé-de-galo, a estabelecerem comunicação com almas penadas vindas do além.

"Manuel Ribeiro, economista"

in Notícias Magazine, 23/Abril/2006

8 comentários:

neca trolha disse...

mas, quem é um economista para entender da função docente?!Que fale da sua actividade! por que será que o sistema financeiro e o estado da economia está no estado?! concerteza a culpa é dos professores. os professores para além de leccionarem as matérias aos filhos dele, também servem de amas secas. pois, ele como economista nem tempo tem para aturar os filhos!...coitado! os professores são os principais responsaveis por tudo quanto de mal reina no estado da sociedade. já os economistas, esses saem ilesos...

tóne trolha disse...

na mensagem anterior deve ler-se: "por que será que o sistema financeiro e o estado da economia está no estado em que está?". nunca se me constou em noticia de um professor de colarinho branco, nem amigo de sucateiros. o professor faz retenção na fonte!!!!

Seabra disse...

Pois é, meu caro, o Manuel Ribeiro, economista e cronista da Notícias Magazine, que tantos ódios gerou (e levou a que a revista fosse alvo de uma queixa pela Ordem dos Enfermeiros à Alta Autoridade para a Comunicação Social pela publicação da crónica “O Enfermeirame”) nunca existiu, trata-se, ao que se supõe, do pseudónimo de... acertaste, Isabel Stilwell, conhecida escritora e na altura directora da revista. Claro que a NM ganhou o caso, não houve lugar a indemnização e a Ordem teve de pagar as custas do processo. Podes ler a deliberação da AACS aqui: http://www.aacs.pt/bd/Deliberacoes/20020110e.htm
Quanto às crónicas, que começaram a ser publicadas na NM com o título “Provocações” quinzenalmente desde 1995, e semanalmente desde 2002, morreram com a saída da Isabel em Maio de 2007, que levou consigo cronistas como Eduardo Sá (psicólogo), Vasco Prazeres (médico), Zé de Bragança (pseudónimo de José Elias Gonçalves, professor) e, obviamente, “Manuel Ribeiro, economista”. Hoje pegas na NM e vês logo o que se passou, até a sirigaita da Fernanda Câncio tem página semanal desde a remodelação (só gosto de ler a crónica que o Manuel António Pina escreve quinzenalmente, o resto é tudo socretalhada). Pena é que se tenham perdido as crónicas e que o livro "Receitas para marinar mulheres" de "Manuel Ribeiro" tenha esgotado rapidamente, não prevendo a Editorial Notícias nova reedição nem estando prevista edição de novo livro. Enfim, o povo que se entretenha com coisas mais sérias como as cheias do Alviela ou traçado do TGV em Ferreira do Zêzere.

Seabra disse...

Fica-te com a última Provocação de MR:

“Desculpem lá ter-me baldado a escrever a crónica na última semana, mas acontece que estive muito ocupado, sem tempo sequer para me coçar. É que, finalmente, fui despedido! Não, esperem lá, ainda não foi desta que se livraram de mim. Fui despedido do “tacho” na empresa onde tinha a secretária, o telefone e os cartões de visita, mas continuo naturalmente com a meia dúzia de biscates que fui acumulando ao longo dos anos, daqueles que, como este, não dão trabalho nenhum e sempre rendem umas massas valentes ao fim do mês.

Como se sabe, ser despedido é hoje uma tarefa muito mais difícil e complicado do que arranjar emprego. Mas, confesso, muito mais interessante e produtiva. Para arranjar um despedimento em condições não basta responder a uns anúncios num jornal, ir a umas entrevistas idiotas e fazer uns testes concebidos por anormais em que nos perguntam se depois de um triângulo deve vir um quadrado ou uma bola.
Um despedimento exige uma preparação de meses ou anos, muita encenação e uma dedicação em “full-time”.

Bem vistas as coisas, o que um tipo deve procurar no mercado não são empresas que assegurem bons empregos, mas antes que garantam bons despedimentos.
Para a coisa ser bem feita, o despedimento deve começar a ser preparado logo no primeiro dia em que assentamos a “bunda” na cadeira do novo gabinete. Tudo o que façamos a partir desse minuto tem que ser orientado tendo em vista atingir a coroa de glória do dia em que somos corridos pela porta.

É assim que, independentemente da função que nos é atribuída, devemos começar por demonstrar ao chefe ou ao patrão que o nosso antecessor era uma besta quadrada, que roubava esferográficas e borrachas, que fazia telefonemas para as linhas eróticas, enfim um ladrão e um incompetente. Asseguramos assim que o homem se sinta satisfeito e agradecido aos deuses por ter corrido com o inútil e finalmente ter contratado um gajo às direitas e com eles no sítio.

Segue-se depois a segunda fase, claramente a mais difícil, que consiste em ir coleccionando pacientemente todos os papelinhos comprometedores. Vale tudo: golpadas ao fisco, cartas das amantes, contas do “Hipopótamo” ou do “Elefante Branco” metidas como despesas com clientes, etc.

Devidamente habilitados com este manancial e ganha a confiança dos tipos que passam os cheques, há que passar à fase do não fazer nenhum, deixando acumular os processos, inventando baixas e faltas pela morte de tios, padrinhos e avós, mas sempre, é claro, mantendo a postura de completo respeito e subserviência e cumprindo religiosamente os horários nos raríssimos dias em que pomos lá os pés.”

tóne satisfeito e auto suficiente disse...

há raparigas que vivem permanentemente insatisfeitas e depois busbam de fora o que devem ter grande lá dentro, dai nunca encontrarem a coisa com a medida certa.

quim tóne disse...

essas gajas até são espertas, pois vivem de quem lhes dá assim tanta importância. tudo tem a importância que nós lhes queremos atribuir. escarnicam de tudo e de todos e depois vivem de tudo e de todos. são muito úteis as suas causas além de nobres, contribuem muito para o progresso social. tudo o que fazem é nobre.por mim essa gaja não passava de uma anónima sem importância. prefiro dar importância ao que realmente tem importância como por exemplo o vicente de Couce. esse sim, tem importância.

Seabra disse...

ó quim, tóne ou lá quem és, estás a falar de quem, das profes que se entretêm a jogar à lerpa e a fazer sessões espíritas nas escolas ou da jornalista/escritora supostamente autora das crónicas, que agora aparece num talk show da sic e é directora do destak, e que escreveu, entre outros livros, o "Guia Para Ficar a Saber Ainda Menos Sobre as Mulheres" ou "Como Dei Com o Meu Psiquiatra em Louco"? esclarece-me, como se eu já tivesse aderido ao novo acordo ortográfico. viva o tintol do vicente de couce, amarrado por cordas nas águas do rio ferreira, mas com um mínimo de discernimento literaturístico. viva 2010, no final de 2009 parece que já molhaste os pés (e eu felizmente para lá caminho)!

a nader bric in de uole disse...

ó quim de couce, tóne ou lá quem és, estou a falar das profes que se entretêm a jogar à lerpa e a fazer sessões espíritas e isótéricas nas escolas e da jornalista/escritora supostamente autora das crónicas, que agora aparece num talk show da sic e é directora do destak e nos intervá-los das sesseões posa nua para os amigalhaços e em combinação para os demais, e que escreveu, entre outros livros, o "Guia Para Ficar a Saber Ainda Menos Sobre as Mulheres" ou "Como Dei Com o Meu Psiquiatra em Louco"? esclarece-me, como se eu já tivesse aderido ao novo acordo ortográfico. viva o tintol do Ti Zé vicente de couce, amarrado por cordas nas águas do rio ferreira, mas com um mínimo de discernimento literaturístico. viva 2069