domingo, 23 de agosto de 2009

Equus asinus - o jegue do Ti Zé Jangana


«Mais quero asno que me leve que cavalo que me derrube», dizia Gil Vicente.
Porque diria isto?
Gil Vicente não era homem que preferisse «andar de cavalo para burro»

Desta mula de Couce contam-se muitas histórias. Animal espantadiço, havia de derrubar o dono - Ti Zé Jangana, corria o ano de 1948, tendo com um couce causado grave traumatismo numa das suas pernas de que viria a falecer. Em todas as histórias subjaz a mulice, uma esperteza e manha própria deste solípede e de muitos bípedes casmurros de orelhas pequenas.
Daí o dito:

«Mula que faça hi! hi! e mulher que saiba latim não a quero para mim»


A herdeira da mula, a viúva Ti Alzira, mulher de Ti Jangana, continuou o seu trabalho de moleira e a vender a farinha nas padarias de Valongo para a confecção da regueifa. Depois a idade ditou o fim da mula e a chegada do pão de plástico ditou o fim da artesã da panificação. A mulher continuou ainda por longos anos cultivando a horta do Ti Jangana cuja presa em tempo de rega era despejada de mnhã e enchida à tarde. De noute vazava...

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