Estou quase como o outro, que “… depois de v2 ddt pbx ketchup k7 kleenex kitchnet duplex twist again...”, cheguei não aos pós modernos, mas ao ponto de quase ficar farto de ler que já foi tudo dito, que não se pode ler, que o verdadeiramente importante é inominável, que somos e não somos e que não somos mais do que sumos, e tutti frutti au rutti... e de blogues que dizem que não são blogues, e de gente com argumentos de autoridade embrulhados no celofane da ironia, e de ignorantes que dão a volta ao mundo sem nunca sair do seu quarto, e de citadeiros a favor ou contra qualquer situação, e de estetas que transformam os textos num abstracto e inabitável projecto de arquitectura… enfim, uma canseira. E uma mentira… quando não se quer dizer nada, calamo-nos. Quando não há comentários para fazer ao mundo, fechamo-nos em casa e não lançamos ondas hertzianas de pensamento algum. Quando o peso do silêncio é mais forte, caralho, aguentamos em silêncio. Abrir a boca para dizer que se preferia estar calado, bom, para dizer isso mais valia estar calado. Nem sempre é preciso falar para que os outros dêem conta de que se está ali, basta que nós mesmos possamos dar conta de que estamos ali. Ou algures. Durante muito tempo achei isso: que não tinha nada de importante para dizer, ou melhor, que preferia pensar a dizer. E então calei-me. Aos poucos comecei a ver que poderia dar-se o caso de, de quando em vez, querer dizer alguma coisa. E assim foi nascendo o sms longo, o mail, o comentário, enfim, a nota de rodapé ao mundo... as insónias são fodidas, e como já há mais de vinte anos não sei o que isso é adoro acordar a meio da noite e ver o que se vai passando por essa blogosfera, deixo o teclado escrever meia dúzia de conices e atiro pela net aquilo que, de outro modo, faria eventualmente parte de algum sonho logo esquecido.
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