quinta-feira, 21 de maio de 2009

A LOIRA QUE TENHO À MINHA FRENTE



Já sou conhecido por estas bandas. Já sabem que por aqui eu tomo sempre café. Mas o que eu realmente queria era escrever poesia automática à boa maneira de Breton. O que eu queria realmente era engatar a loira que tenho à minha frente.

Prometi a mim próprio que ia escrever todos os dias. Prometi a mim próprio que iria escrever divinamente, que iria aparecer nos jornais e na televisão. Mas o que eu queria realmente era engatar a loira que tenho à minha frente.

No entanto, sei que a minha poesia não dá para ganhar prémios e dificilmente aparecerá na televisão. Estou condenado a ser o poeta maldito que, de vez em quando, escreve bem. Estou condenado ao underground. Mas o que eu queria realmente era engatar a loira que tenho à minha frente.

Já li muitos livros. Já conheci muita gente. Já tive visões. Já vi o céu e o inferno. Mas o que eu queria realmente era engatar a loira que tenho à minha frente.

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