quarta-feira, 31 de agosto de 2011

TVI em sao pedro da cova


as Boazonas de S.Pedro da Cova


Quim Tóne, jogador do S.Pedro da Coba


PORTUGAL TAL&QUAL - "Professor Botim" Bruxo


PORTUGAL TAL&QUAL - "Cândido Faísca raptado por extraterrestres"


Ladrilhador Raptado Por Extraterrestres


O Profeta Extraterrestre de Arganil enseminado em Couçe pelo Burro do Bicente


Couçe


sexta-feira, 12 de agosto de 2011

A Morte do Binho Tinto

EPISÓDIO 6
Dias depois do nefasto encontro entre Binho Tinto, IT Girl e PC Man, aconteceu aquilo que acontece ao mais tranquilo dos mortais, pois, e citando Lili Caneças: "Estar morto é o contrário de estar vivo".

Binho Tinto, no seu passo distraído, atravessava, ao fim do dia, uma movimentada avenida da sua cidade, que terminava junto ao mar. Atravessou a avenida com o intuito de procurar o lado mais movimentado, de acordo com a sua profissão: arrumador de carros. Sem se aperceber, um carro prateado aproximou-se a grande velocidade. Não conseguindo travar a tempo, o carro colheu o transeunte que, projectado no ar, voou durante alguns metros (este Vinho Tinto sempre gostou de voar) e estatelou-se no chão completamente morto.

O automóvel atropelante, um verdadeiro topo de gama, era ocupado por dois homens altos. Um mais velho, que conduzia a viatura usando luvas pretas, e outro mais novo e de farta cabeleira.

Ambos saíram com ar aflito e gritando: "Ai coitado do homem!... Ai coitado do homem!...". Enquanto o mais velho acrescentava: "Não o vi, fui encandeado pelo pôr-do-Sol!!!".

Diz, quem presenciou a cena, que o morto exibia um sorriso, misto de alívio e felicidade.

Há muito desligado da família e dos amigos, Binho Tinto não tinha ninguém com quem lidasse habitualmente e, como não tinha documentos, o seu corpo, depois de autopsiado e confirmada a causa da morte, deu entrada nas câmaras frigoríficas da morgue do Dr. Pinto da Costa, onde aguardou que alguém o identificasse, e os seus restos mortais fossem reclamados.

Como ao fim de uma semana ninguém apareceu para identificar e reclamar o corpo, foi publicada nos jornais a seguinte nota:

Homem, do sexo masculino, encontra-se morto na morgue desta cidade.
Bem constituído fisicamente, embora seja um pouco careca, encontra-se na casa dos 50 anos e faltam-lhe alguns dentes.
Este indigente sem-abrigo foi vítima de atropelamento há cerca de 15 dias.
Pede-se a quem o possa identificar que se desloque a esta morgue com a maior brevidade possível, pois, caso contrário, o corpo será enviado para uma vala comum no cemitério da Jardim das Delícias, 15 dias após a publicação desta nota de imprensa.

Diz quem leu esta nota de imprensa que estranhou um pouco a referência inicial a homem, do sexo masculino, mas logo os mais avisados explicaram que isso se devia à qualidade da política de educação que se pratica no país.

O certo é que, nem passada uma semana, apareceram algumas pessoas com o intuito de identificar o morto.

Surgiu um primeiro grupo, constituído por cinco pessoas que chegaram ao mesmo tempo, a este grupo juntou-se, minutos mais tarde, uma sexta pessoa. Faziam grande algazarra no átrio da morgue, mas logo que apareceu o funcionário, mudaram a sua atitude e expressão, tal como se estivessem ali para velar um ente querido. Identificados um a um, ficamos a saber que se tratavam de Dona Laranjina, Sr. Água das Pedras, Herr Vinagra, IT Girl e PC Man.

Quanto à sexta pessoa, tratava-se de Caldinho sem Sal, uma senhora ainda jovem e de aparência frágil e pálida, que se sentia um pouco perdida e atordoada e falava com IT Girl e PC Man, os únicos que conhecia, aos quais dizia não saber muito bem por que estava ali, porque não conhecia ninguém que correspondesse àquela descrição, mas que impelida por um estranho impulso, ou algo assim de transcendente, sentiu-se na obrigação de se deslocar à morgue.

Entretanto o funcionário conduziu o grupo até à câmara frigorífica, enquanto, em surdina,  aqueles trocavam alguma palavras entre si.

ITG: Até quero mesmo ver se é ele. É que para este peditório já dei e quero deixar de se cobrada.

HV: Descansa, que eu tenho a certeza que vais deixar de ser cobrada.

PCM: Mas Herr Viagra, pode haver algum engano, nós não vimos o corpo a ser levado e não tínhamos ainda a certeza de que estava morto.

HV: Caluda! Deixa-te de nervosismos anglo-saxónicos. Eu tenho a certeza de que o Binho está morto e bem morto. Só nos falta identificar o presunto.

DL: Eu confio nas palavras e na acção do Vinagra, ele nunca me desiludiu. Bem, estas salas são bem giras.

SAP: Lá giras são, mas isto tem cá uma humidade, ainda apanho uma pneumonia.

ITG: Dá-me a tua mão, my love. Don't worry sweet, o Herr Vinagra tem muita experiência. Be calm, please. Aperta a minha mão com força que eu passo-te toda a minha energia. Finalmente, vamo-nos ver livres daquele empecilho que andava a infernizar a nossa vida.

Logo que o funcionário da morgue abre a câmara frigorífica, o quinteto grita em uníssono:

- É ele! É ele! É o Binho Tinto!

Mas, de imediato, com medo que o funcionário percebesse o seu regozijo, dizem num tom mais calmo e sereno:

- Sim, é o Binho Tinto. Coitado do homem.

- Será que sofreu muito? Coitado. - sublinha IT Girl.

Tendo, até aí, mantido a boca fechada, Caldinho sem Sal afirma não conhecer o morto. Sai com passo apressado. Intrigada com tudo o que havia observado dirige-se à sua biblioteca onde pretende fazer uma consulta aos seus oráculos.

Os restantes abandonam a morgue, com uma alegria mal disfarçada.

Tendo abandonado tudo e todos, desconhecia-se que Binho Tinto tinha família e amigos, mas duas, ou três horas depois, novo grupo chega à morgue para identificar o defunto. À posteriori percebemos que este grupo é constituído pelos filhos (não sabíamos que o Binho Tinto tinha filhos), e por alguns verdadeiros amigos, daqueles que nunca viram as costas. São eles o Zblues, o Dom Porto, a Lobinha, a Velhota, o Arquitecto, o Cubo, a Blimunda, o Aspirina, a Rapunzel, o Morfeu, a Mimo e mais três ou quatro, dos quais não sabemos o nome.

Todos identificam o falecido como sendo o Binho Tinto.

Organizam o funeral segundo a vontade do morto. O corpo é velado sem deuses nem pátrias e de seguida, cremado. As suas cinzas são lançadas ao vento no alto de uma montanha.

Terminada a cerimónia este grupo reune-se para festejar, segundo a vontade do próprio defunto, pois recordam bem as suas palavras, ditas e sentidas:

- QUANDO EU MORRER, BATAM EM LATAS, ROMPAM AOS SALTOS E AOS PINOTES...

Binho Tinto encontra o Casal Perfeito

EPISÓDIO 5
Num fim de tarde quente, Binho Tinto passeava pelo Parque da Cidade. De repente, ao fundo, repara que se deslocam na sua direcção IT Girl e PC Man. Ambos de mão dada, conversando apaixonadamente sobre o tempo, as plantas e a maresia. Acha curiosa a coincidência que, mais tarde o mais cedo, seria inevitável, mesmo que indesejável.

No outro extremo IT Girl repara em Binho Tinto e avisa PC Man.

ITG: Don't worry my love, just be calm.

Binho Tinto coloca um sorriso sarcástico e ao cruzar-se com o casal profere:

BT: Olha, olha!... O casal perfeito, o duo maravilha!...

PC Man, que tinha andado a estudar as origens da sociedade americana da Virgínia, sentia-se fortemente influenciado pela afectação daqueles americanos descendentes dos primeiros colonos ingleses, perde a compostura de "lord" americano, alça o braço direito acima dos seus dois metros de altura e desfere um murro bem no meio dos olhos de Binho Tinto.

De imediato IT Girl lança-se nos braços de PC Man e diz:

ITG: Oh my sweet love, are you hurt? Aquele bruto magoou-te?

E, virando-se para Binho Tinto, continuou:

- Seu bruto, seu... seu... seu grosseiro... seu ordinário... seu cabeça dura... magoaste a mãozinha do meu amor com o murro que ele te deu na cabeça.

Binho Tinto, que tinha ficado um pouco cambaleante com o murro de PC Man, reage. Prepara-se para dar o troco ao adversário, mas, de súbito, pára. Observa a cena lancinante e simultaneamente cómica de IT Girl a consolar PC Man pela ferida que este causou na sua própria e delicada mão, quando, num momento de desnorte, perdeu a sua postura aristocrática e reagiu a uma provocação da plebe.

Binho, ao ver  IT com lágrimas nos olhos e a beijar PC, que se contorcia com dores, comoveu-se.

Desistiu de retaliar e, chegando-se perto de PC, colocando-se em bicos de pés para que a sua cara chegasse bem perto da do outro, proferiu:

BT: Já nem vale a pena, meu. A minha retaliação são os beijos, que agora recebes da mulher aranha.

Binho Tinto, afasta-se do casal e segue o seu caminho com um sorriso de felicidade, enquanto o casal fica no seu lugar, abraçando-se e lamentando-se de tão indesejável encontro.

IT GIRL & PC MAN St Valentin's Day

EPISÓDIO 4


IT Girl e PC Man vão jantar a um restaurante grego para comemorar o Valentine´s Day, aquele dia que a populaça designa por Dia dos Namorados.

Depois de um jantar romântico onde provaram iguarias afrodisíacas, bem regadas com "Ice Tea" e "Pepsi Cola", para condizer com os seus próprios nomes.

PC endireita-se na cadeira e olha fixamente para IT.

Com o olhar brilhante, aconchega as mão de IT com as suas, de forma decidida e forte, deixando transparecer todo o amor que dentro dele sente ao mesmo tempo que o faz fluir naquele aperto de mãos. Não resistindo à sedução do olhar de PC e à torrente que sente penetrar em si, IT verte uma lágrima, que lhe escorre pela face, e assume uma postura lânguida. Está com os sentidos e as emoções ao rubro.

Depois de um breve momento de silêncio, em que ambos ficam mudos pelo sublime êxtase que estão a viver, PC, com a garganta ainda meia a tremer diz:

PCM: Darling I'm so in love. I love you so much...

ITG: I love you too...

PCM: I love you too twice...

ITG: I love you twice too...

PCM: ??????

ITC: Sim, querido, eu amo-te no dobro em que tu me amas. Sabes, quando ficamos assim envolvidos, confundo as palavras todas e fico tão tonta que até esqueço o inglês. Fico naquela: you are here, you are eating.

PCM: I hope so honey.

ITG: Não sejas grosseiro "P"!

PCM: Ok, ok, estava só a fazer blague.

ITG: Tu e os teus francesismos. Nunca percebi porque gostas tanto dessa língua de idiotas.

PCM: Prontos querida, hoje não uso mais o francês.

ITG: Nice. Mas voltemos ao estado em que estávamos, porque eu estava toda derretidinha.

PCM: Today is our first Valentin's Day and I will need to say something to you that you'll never forget.

ITC: But I will never ever forget you, my darling.

PCM: So, I will go side by side with you... from dawn till the sunset!

ITC: Oh my God. I really love you my sweet dream. Sabes, eu tinha colocado num pedestal um demónio, mas agora sei que no meu pedestal está um santo.

Levantam-se. Pagam a conta.

Imaginam-se numa qualquer ilha grega ou, em alternativa, em Cuba, onde IT tinha prometido levar PC, mas num SPA de luxo, longe dos horrores da pobreza. Olham-se nos olhos como se estivessem num paraíso em que o Mundo, aquele que nós sabemos que é real, tivesse deixado de existir por artes mágicas e, em vez dele, tivesse sido criado um novo e idílico Mundo, só para sublinhar aquele momento de sublimação etérea que ambos partilhavam.

Apaixonados e de corpos bem colados um ao outro, dirigem-se para a porta de saída como se caminhassem rumo ao Pôr-do-Sol.

Saída Nocturna - IT GIRL & PC MAN vão ao Baile

EPISÓDIO 3


PC Man e IT Girl saem juntos de casa. Vão encontrar-se com Dona Laranjina e o Sr. Águas das Pedras, para uma noite de divertimento, numa danceteria da moda.

PC Man abre a porta do carro para que IT Girl ocupe o seu lugar. Deixa-a passar e fecha a porta delicadamente, atirando um beijo pela janela. Contorna o carro pelas traseiras, abre a sua porta e faz um esforço para entrar, pois, devido à sua elevada estatura, tem alguma dificuldade em entrar.

Senta-se.

Liga a ignição do carro para a desligar logo de seguida.

Olha pelo espelho retrovisor que ajusta com cuidado.

Volta a abrir a porta e sai.

Contorna o carro lentamente e verifica a distância entre o seu carro e os que estão atrás e à frente.

Coça a farta cabeleira.

Volta a entrar, revelando de novo dificuldade.

Sem uma palavra, beija a face de IT Girl, que se mantém em silêncio e vai ao porta-luvas de onde retira um papel e uma caneta.

Faz um esquema onde calcula o número de manobras que terá de fazer para retirar o seu carro do estacionamento.

Volta a sair do carro, agora com o esquema na mão, verificando se o seu cálculo bate certo com a realidade.

Fazendo um gesto de concordância com a cabeça volta a entrar no carro, mais uma vez manifestando alguma dificuldade.

Liga a ignição e põe o carro a trabalhar.

Espera três ou quatro minutos até achar que o motor está suficientemente quente para iniciar a manobra.

Depois de sete ou oito manobras arriscadas, lá consegue retirar o carro do estacionamento, seguindo estrada fora a velocidade reduzida.

IT Girl suspira.

PC Man - Porque suspiras, darling?

IT Girl - Nada, nada my sweet love.

PC Man - Não, se suspiraste é porque tens alguma razão. Estás maldisposta “T”?

IT Girl - Não! Bem, é que… eu estava habituada a coisas mais rápidas…

PC Man - Mas, my love, you know, eu sou muito meticuloso!!!!

IT Girl - Sim… Sim… Não tem problema. Sabes, depressa e bem há pouco quem. Mas contigo é diferente. Tu és muito cuidadoso, fazes tudo by the book, por isso eu sinto-me muito mais segura e tranquila, dificilmente terei qualquer surpresa menos agradável contigo, my love. Look, vamos primeiro buscar a Laranjina e depois o Pedras.

PC Man - Ok, sweetie. A que danceteria vamos? Espero que a estrada não tenha muitas curvas.

IT Girl - Vamos a uma famosa aqui dos arredores. A “Abana o Kapa Sete”, my little bear. Não te preocupes com a estrada, nós sabemos que tu com as curvas ficas um pouco sea sick, por isso escolhemos um caminho só com vias rápidas para que tu possas ir devagar e quase sem curvas, pelo menos não tem curvas acentuadas.

PC Man - Thanks my darling, assim sinto-me muito melhor. Não há dúvida que te preocupas comigo, é por isso que I love you so much.

Chegam a casa de Laranjina. IT Girl faz-lhe uma chamada através do telemóvel.

IT Girl - Laranjina? Já chegamos. Desce depressa, porque ainda temos de ir buscar o Pedras.

Após breves minutos chega Laranjina. Como o carro só tem portas à frente, PC Man sai do seu lugar e deixa entrar Laranjina para o banco traseiro, depois de terem trocado um beijo de cumprimento.

PC retoma o seu lugar ao volante manifestando, mais uma vez, alguma dificuldade em entrar.

LaranjinaBora lá buscar o Pedras. Estou aqui que nem posso.

PC Man – Vamos lá, mas sossega um pouco, porque não quero gripar o motor ao carro.

IT Girl – Vá lá “P”, senão nem amanhã vamos dançar.

Depois de algumas referências ao atraso e já meio irritado, lá arranca PC Man rumo à casa do Pedras depois de mais um compasso de espera para o PC verificar, novamente, a comutação de luzes dos faróis!!!

E, for fim, por volta das três da manhã, chegam à tão afamada dancetaria de ritmos calientes. Pedras é o rei da festa, pois é conhecido de todas e, sobretudo, invejado por todos. No entanto, nessa noite apenas prestou atenção à sua Laranjina, embora tenha piscado, aqui e ali, o olhito malandro a uma ou outra conhecida, fazendo-lhes gestos com a mão por trás das costas de Laranjina, como que dizendo: “Tenham calma gatinhas, porque há mais marés do que marinheiros!

PC Man, mais comedido, e IT Girl mostraram que dominavam bem a arte da dança. Mesmo assim, IT precisou de, uma vez ou outra, acelerar o passo de PC, pois este tinha uma certa tendência para abrandar o ritmo, sobretudo sempre que os dois corpos se colavam mais um pouquinho.

PC Man e IT Girl chegaram a casa por volta das oito da manhã, depois de distribuírem o Pedras e a Laranjina pelas respectivas casas. Os 20 km do percurso de regresso demoraram cerca de hora e meia a ser percorridos!

Felizmente era sábado de manhã e ainda não havia trânsito!

Dona Larangina encontra IT GIRL

EPISÓDIO 2

Num qualquer hiper centro comercial da moda, apinhado de gente, numa tarde cinzenta, vagueiam Dona Larangina e IT Girl em sentido convergente.

Ao entrar numa loja de langerie chocam uma com a outra.

Em simultâneo, gritam: MAS A SENHORA PENSA QUE EU SOU INVISÍVEL?

IT Girl - Ah, és tu Larangina! Ia tão distraída que nem te reconheci. Desculpa.

Larangina - "T", mas que prazer encontrar-te! Vinha mesmo a pensar em ti.

IT Girl - Então porquê?

Larangina - Espera, mas que coisa é essa que trazes pendurada ao pescoço?

IT Girl - Bem, se queres que te diga a verdade… é que eu já dei para todos os peditórios, por isso resolvi pedir para o meu próprio.

Larangina - ?????

IT Girl - Foi conselho do Pepsi. Em tempo de crise... e olha... pode ser que dê para compensar umas falhas e comprar uns chocolatitos para a depressão.

Larangina - Está bem, mas confesso que fiquei surpreendida ao ver essa caixa pendurada no teu pescoço. Mas qual é a justificação que dás para esse teu peditório?

IT Girl - É um peditório a favor de todas as mulheres maltratadas pelos actuais ou antigos namorados ou maridos.

Larangina - Bem se é essa a razão pega lá cem euritos para o teu peditório. Mas não te deixes abater. Um destes dias encontrei o Água das Pedras. Andava a queixar-se do frio, como sempre, mas sugeriu-me irmos, no próximo fim-de-semana, a uma danceteria. Claro que eu aceitei logo. Sabes como sou doida por um pezinho de dança! Porque não vens também? Ajudava-te a combater essa nuvem negra que anda por cima de ti. Aposto que o Binho Tinto andou novamente a fazer das dele. Deita isso para trás das costas e traz o PC contigo.

IT Girl - O portátil? Porque é que eu deveria de levar o portátil?

Larangina - Não querida, o Pepsi!

IT Girl - Ah! Olha que não é má ideia! Sempre dá para aumentar o astral e eu li no meu signo que este fim-de-semana precisava de sair e divertir-me para relançar o meu amor.

Larangina - Então querida, sejamos positivas e vamos lá abanar o capacete.

IT Girl - Combinado.

Aventuras e Desventuras de IT GIRL & PC MAN

EPISÓDIO 1

IT Girl & PC ManAlinhar ao centro
IT Girl (Ice Tea Girl) & PC Man (Pepsi Cola Man)
Ambos os dois, juntos e ao vivo


- Hello IT! Love you.

- Hi my sweet PC. Kiss you.

- Então, então, nada de PC's querida, trata antes o teu fofinho simplesmente por "P" ou então por Pepsi.

- Mas Pepsi, PC não é mau... Mas ok, esta mania de falarmos em estrangeiro leva a algumas confusões. Já agora não gosto muito que me trates por coisa [it]. Para esse peditório eu já dei.

- Ok. Prontus, vou passar a tratar-te simplesmente por "T" ou Tea se preferires e... algumas vezes... [rindo-se alarvemente] por Tea Party.

- Bolas querido, porque será que tenho a sensação de que estás a gozar comigo? Para esse peditório eu já dei.

- Ora querida, estava só a tentar fazer blague, sabes bem que não sou capaz de gozar contigo.

- Prontus, desta vez estás perdoado sweetie.

- Obrigado my sweet love. Sabes bem que apesar de americano não sou nenhum grunho nem pertenço ao grupo da populaça adoradora de Coca Cola, sou muito mais fino, pois as minhas raízes são europeias, a minha família é originária de New Orleans, na Luisiana, por isso tenho o requinte que os Coca Cola Men não têm.

- Céus, os coca cola men... Eu para esse peditório já dei.

- Pois foi querida, mas felizmente que durante a tua travessia do deserto eu nunca desisti de ti, nem mesmo quando andaste entusiasmada com o Binho Tinto. Tenho páginas e páginas de poemas dedicados a ti, sim porque eu sou uma pessoa requintada e erudita, um autêntico senhor.

- Binho Tinto? Porque vens agora com o Binho Tinto? Então e tu? Que andaste a comer caldinho sem sal durante todo esse tempo e nunca mais te decidias e provar uma iguaria de primeira? Para esse peditório eu já dei.

- Tens razão querida. Desculpa. Olha, com tantos peditórios para que tu já deste, talvez esteja na altura de aceitares esta minha caixinha de esmolas e começares a pedir para o teu próprio peditório.

[a estória segue dentro de alguns momentos]

IT GIRL & PC MAN - Personagens

INTRODUÇÃO

Ninguém cria algo a partir do nada, isto é, a criação resulta das vivências do autor. Pegando em certas características de pessoas com quem conviveu, ou convive, o autor exacerba certas características e, do desenvolvimento de certos estereótipos, constrói um personagem. Em humor, os personagens não são mais do que caricaturas e, por isso, afastam-se dos modelos e cria-se um mito. O mito ultrapassa sempre o modelo, não faz parte do original, tenta captar determinadas características, enriquecendo-as ficcionalmente. Logo, não é lícito que alguém se reveja ou sinta retratado, já que isso seria demasiado redutor.

Todos nós, qualquer um de nós, tem os mesmos estereótipos, por isso cada um dos personagens pode ser qualquer um de nós, seja nas grandezas, seja nas fraquezas.

OS PERSONAGENS

Tirando a relação que existe entre IT Girl e PC Man (relação marido/mulher ou namorados, não se sabe muito bem ao certo), nenhum dos restantes personagens tem quaisquer laços de parentesco entre si. São amigos ou simples conhecidos.

IT Girl
IT Girl - Rapariga "enxuta", vive na contradição entre aquilo que é e aquilo que gostaria de ser. Aparentemente moderna e progressista, vive de facto num mundo de aparências e tem uma postura real conservadora. Gosta de dar a imagem daquilo que gostava de ser, mas que na realidade não é. Tem uma certa tendência para repetir lugares comuns e chavões. Gosta da moda, embora não o diga. É fanática por arrumações e limpezas. Acha-se a maior e está convencida que o Sol gira em torno de si própria. Adepta da arte efémera da moda como forma de iludir e mascarar a sua essência. Ultimamente tem aderido ao misticismo e é frequente vê-la em lojas da especialidade, mais para agradar ao seu amor do que por convicção.

PC Man
PC Man - Rapaz dado a altos voos, julga-se um intelectual de primeira apanha, mas na verdade não passa de um pseudo-intelectual de vão de escada. Gosta de escrever poesia. Sendo de origem norte-americana, não perde oportunidade para ligar as suas origens cultas a famílias de origem europeia (mais concretamente francesas) do Estado da Luisiana, onde assentam as suas raízes. Alto e de farta cabeleira, julga-se um mestre da literatura e gosta de ser adjectivado. É um pouco egocêntrico, mas também introvertido. Só veste roupinha de marca e é extremamente arrumado, chega mesmo a dobrar o pijaminha que coloca todas as manhãs no espaldar da cadeira do quarto. Fervoroso adepto de Feng Shui e estudioso de Reiki. Basicamente é um místico e nunca sai de casa sem consultar o oráculo.

Herr Vinagra
Herr Vinagra - Vive sozinho numa caverna no alto de um monte sombrio. Aí rodeia-se da mais alta tecnologia, tudo aparelhagem topo de gama, de onde costuma espreitar o mundo por um canudo. Tem uma certa tendência para o isolamento. É alto, cerca de 2 metros, mas quando se lhe mede o ego ultrapassa facilmente os 10 quilómetros de altura. É misógino. Já esteve em toda a parte e já fez de tudo, mas a verdade é que quase nunca saiu da sua caverna. Tem como livro de cabeceira a "Alegoria da Caverna" de Platão. Foi sargento-enfermeiro no Tarrafal, onde tirou o curso de medicina por correspondência. É grande admirador de Adolfo Hitler e de Madre Teresa de Calcutá.

Sr. Água das Pedras
Sr. Água das Pedras - É uma pessoa simpática, mas um pouco distraída. É um sonhador nato e acredita que um dia lhe vai sair o euro milhões. Self made man, faceta da qual se orgulha e, diga-se em abono da verdade, se admira. Gosta de ritmos quentes, é um dançarino nato. Tem uma curiosidade inata, no entanto, tal como os gauleses temiam que o céu lhes caísse sobre a cabeça, receia as correntes de ar com medo de apanhar uma pneumonia. É hipocondríaco.

Dona Laranjina
Dona Larangina - Senhora extrovertida e simpática, gosta de se divertir e tem uma certa tendência para falar alto. Frequentemente, coloca as suas novas amizades nos píncaros e a todos incute um certo excesso de confiança o que, muitas vezes, leva a que as pessoas que com ela lidam tomem como verdadeira e autêntica essa confiança e, de um momento para o outro, as suas amizades passam de bestiais a bestas. Possessiva, é o protótipo da mãe-galinha. Grande admiradora de Sá Carneiro e Rui Rio.

Dom Porto
Dom Porto - Indivíduo vivido e bom vivant, é um gabarola nato, mas prende as pessoas, porque é um excelente contador de histórias. Gosta de ser o centro das atenções. Pessoa charmosa, sobretudo para o sexo oposto é, às vezes, um pouco repetitivo. Um verdadeiro amante dos prazeres da vida, mesmo descontando a gabarolice vê-se que é culto e que, na maior parte dos casos, sabe o que diz. Francófono, detesta tudo o que cheire a anglo-saxónico, considera mesmo que o inglês é uma língua de bárbaros.

Binho Tinto
Binho Tinto - É o protótipo do homem do norte: é um pouco rude, transparente e franco, detesta a mentira e o subterfúgio. Desconhece-se o seu primeiro nome, mas sabe-se que é maduro por parte dos "Binho" e um pouco inconsequente por parte dos "Tinto". Tem o charme de um diamante em bruto e uma certa tendência para se recusar a crescer. É um autêntico Peter Pan.

Caldinho sem Sal
Caldinho sem Sal - Personagem apagada, vive numa biblioteca rodeada de livros onde procura, sem descanso, o homem dos seus sonhos. É o grande anteparo de muitos pseudo-intelectuais que frequentam a biblioteca, pois tem um vasto conhecimento enciclopédico. Faz citações de autores famosos com frequência. Sabe-se que em tempos manteve uma relação com PC Man, quando este frequentava a sua biblioteca.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Cuidado cú..galho!!

















Concordo com a senhora comentarista do andar de baixo, pelo que faço minhas as frases dela, isto é se me for concedido o seu beneplácito.
Ó meus amigos, eu gosto de vos ver por cá. Palavra! Assim, ainda cheios de vida e de amor para dar (e receber), mas julgo não haver necessidade de esclarecer o leitor de forma tão explícita neste tão (foste) digno blogue.




Se alguém tem um pirilau grande ou pequeno, gosta de manobrar a sarda, de saltar e ser assaltado, de ir à ordenha e ser ordenhado,… Pá! Não temos nada a ver com isso, ainda por cima quando quem escreve nem sequer se identifica, assim só nos resta a imaginação…inevitavelmente de cada vez que estiver com cada um de vocês, ficarei a imaginar que a vossa sarda na realidade não passa de uma sardinha pequenina que nem no S. João é comida.



Vá lá, vocês são homens e mulheres inteligentes e saudáveis e de bom gosto e artistas, and so on…



É certo que o país está em crise, mas julgo que a educação (a dada pelos nossos papás) ainda é das poucas coisas que ninguém nos conseguirá tirar.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Filhos de Assassinos



Alguns excertos da estreia da peça "Filhos de Assassinos" de Katori Hall, produzida pelo TnE e encenada por Jaime Pacheco.

Apoios: AEC, CMV, Culturgest (Panos).
Local: Centro Cultural de Campo, Valongo.

Senhor Aparício de Couçe

Chegados à Aldeia de Couçe, lá estavam os agressivos cães com o seu dono e senhor, o ilustre Aparício, mas este tinha-lhes dado Xanax que os tornou paxorrentos e dóceis animais ao ponto de produzirem uma espécie de miados, quiçá de boas vindas. O rio, esse qual cão, estava raivoso, espumava-se e não era nada agradável, houve com certeza uma descarga de produtos não apropriados, indevidamente fiscalizada e que o atormentava no seu percurso dócil e tranquilo. O pato recebeu-nos com um bom dia festivo, um feito digno de registar, se não fosse a postura afável do Senhor Aparicio que impressionava. O chefe ganso, estava apoiado numa das patas e a grasnar, pronto a fazer miséria com o seu bico num abre e fecha frenético. Após tentativa de forçar a passagem, o que era brincar com a sorte, o ganso, abrindo as asas e bramindo o bico, lá atacou desenfreado e sem temor. Deu-se a confusão geral. A harmonia com a natureza foi quebrada, mas no íntimo todos admiraram a postura tranquila do Senhor Aparicio, que nem por isso se transtornou com o que ia em seu redor e de quem ouvimos o sábio lamento de compaixão e altruismo:

"Pois é, as coisas nem sempre correm como a gente quer, mas se for preciso alguma coisinha, estarei sempre disponivel, aliás como sempre estive!"

domingo, 13 de fevereiro de 2011

As sarnas e os barões todos inchados

I

As sarnas de barões todos inchados
Eleitos pela plebe lusitana
Que agora se encontram instalados
Fazendo aquilo que lhes dá na gana
Nos seus poleiros bem engalanados,
Mais do que permite a decência humana,
Olvidam-se de quanto proclamaram
Em campanhas com que nos enganaram!

II

E também as jogadas habilidosas
Daqueles tais que foram dilatando
Contas bancárias ignominiosas,
Do Minho ao Algarve tudo devastando,
Guardam para si as coisas valiosas.
Desprezam quem de fome vai chorando!
Gritando levarei, se tiver arte,
Esta falta de vergonha a toda a parte!

III

Falem da crise grega todo o ano!
E das aflições que à Europa deram;
Calem-se aqueles que por engano.
Votaram no refugo que elegeram!
Que a mim mete-me nojo o peito ufano
De crápulas que só enriqueceram
Com a prática de trafulhice tanta
Que andarem à solta só me espanta.
IV

E vós, ninfas de Couce onde eu nado
Por quem sempre senti carinho ardente
Não me deixeis agora abandonado
E concedei engenho à minha mente,
De modo a que possa, convosco ao lado,
Desmascarar de forma eloquente
Aqueles que já têm no seu gene
A besta horrível do poder perene!